Moçambique Regista Mais de 2700 Casos de Lepra no Ano Passado
O Ministério da Saúde de Moçambique está empenhado em
reduzir o índice de doenças tropicais negligenciadas, tendo em vista o aumento
alarmante de casos no país. No ano passado, foram reportados mais de dois mil
casos de lepra, revelando uma preocupação crescente com a saúde pública.
As razões por trás desse aumento são atribuídas, em
parte, ao desconhecimento sobre a doença e à redução das atividades de
rastreio. Segundo o Ministério da Saúde (MISAU), a falta de intervenções efetivas
nas comunidades contribui para a propagação dessas doenças, que muitas vezes
afetam populações desfavorecidas e podem resultar em deformidades e
incapacidades.
Embora Moçambique tenha sido declarado livre da lepra em
2008, houve um ressurgimento dos casos em algumas províncias. Francisco
Guilenge, representante do Departamento de Prevenção e Controlo de Lepra, do
Ministério da Saúde, aponta para a redução das atividades de controle e
prevenção como um dos principais fatores por trás desse cenário preocupante.
Entre 2021 e 2023, houve uma redução de cerca de 400
casos de lepra, totalizando 3115 pessoas afetadas nesse período. As províncias
nas regiões Centro e Norte do país são as mais atingidas pelas doenças
tropicais negligenciadas.
Em 2023, especificamente, foram registados 2709 casos de
lepra, destacando a urgência de encaminhar qualquer sinal da doença para
unidades de saúde ou agentes comunitários de saúde.
Além da lepra, outras doenças tropicais negligenciadas,
como filariose, bilharziose, matequenha e tinha, também são motivo de
preocupação para o setor da saúde. Segundo a Organização Mundial da Saúde,
estima-se que existam pelo menos 20 dessas doenças conhecidas, afetando mais de
um bilhão de pessoas em todo o mundo.
FONTE: O PAIS