Em Nampula, os abortos inseguros continuam sendo uma preocupação, especialmente entre mulheres e jovens, com relatos de vidas perdidas devido à falta de acesso a procedimentos seguros e legais. Em resposta a essa realidade, Moçambique legalizou o aborto, permitindo que seja realizado por profissionais qualificados em instituições autorizadas, com o objetivo de evitar a perda de vidas humanas decorrentes de práticas inseguras de aborto.
No entanto, a adesão tem sido desafiadora para certos setores, resultando em relatos de fatalidades devido à adesão a práticas inseguras, como no recente caso de uma adolescente de 17 anos que faleceu no bairro de Napipine.
A jovem optou por um aborto após seu parceiro, responsável pela gravidez, recusar-se a assumir a situação e ameaçar não aceitar a criança, culminando no término do relacionamento. Segundo uma das irmãs da vítima, a gravidez foi descoberta no segundo mês de gestação, em setembro do ano passado. O parceiro inicialmente sugeriu o aborto, ao qual a vítima inicialmente se opôs. No entanto, devido à persistência do parceiro, ela acabou aceitando a proposta e comprou os medicamentos para o procedimento numa farmácia em meados de dezembro.
Após ingerir os medicamentos, a jovem começou a sentir fortes dores alguns dias depois. Ela relatou inicialmente que eram simples dores abdominais, mas, na oitava semana, começou a ter convulsões, vômitos e febre. Quando finalmente revelou a verdade, já era tarde demais, pois a vítima foi inicialmente diagnosticada com malária e acabou falecendo a caminho do hospital, após um erro diagnóstico que resultou em tratamento inadequado.
A mãe da adolescente falecida expressou surpresa, pois acreditava que a filha sofria de cólicas devido à intensidade da dor que a acometia.
"Jamais imaginei que perderia minha filha dessa maneira. Estou extremamente triste e desanimada, e não sei se algum dia conseguirei superar isso. Quando saí em uma viagem, deixei-a deitada, pensando que não era nada sério. No entanto, quando voltei, ela estava em estado grave, e infelizmente a perdemos", disse a mãe.
Essa família, que preferiu não ser identificada, faz um apelo às jovens para que nunca optem por um aborto inseguro, pois isso pode resultar na perda de suas vidas.
FONTE: IKWELI
