Faltando somente uma semana e meia para o início da campanha eleitoral, a Comissão Nacional de Eleições (CNE) ainda não realizou a transferência dos recursos destinados aos partidos políticos, conforme exigido pela legislação vigente. A demora no repasse está causando polêmica entre os partidos da oposição, que afirmam que a CNE está deliberadamente atrasando o processo para prejudicar suas campanhas.
Segundo as leis de Moçambique, a CNE deveria ter disponibilizado o montante necessário pelo menos 21 dias antes do início oficial da campanha eleitoral. No entanto, o porta-voz da CNE, Paulo Cuinica, explicou na última segunda-feira (21/08) que a liberação dos fundos está condicionada à autorização do Ministério da Economia e Finanças.
"Estamos aguardando a liberação dos fundos pelo Ministério da Economia e Finanças. Esse procedimento é urgente, e deveríamos estar iniciando as encomendas do material necessário. Após o término do sorteio, era essencial começar a solicitar o material," explicou Cuinica.
A oposição acusa a Comissão Nacional de Eleições de manobra.
Marcel Macome, porta-voz da RENAMO, principal partido de oposição, afirmou que o atraso na liberação dos fundos é intencional.
"O partido da cor vermelha [referindo-se à FRELIMO] depende do dinheiro público, por isso não são afetados por este atraso. Eles já estão produzindo seu material, mas nós, da RENAMO, permanecemos firmes e faremos com que as coisas aconteçam," disse Macome.
André Balate, líder do Partido Reconciliação Nacional (PARENA), concorda com essa visão e acredita que a estratégia busca prejudicar os partidos com menos recursos.
"É uma tática para deixar os partidos menos favorecidos para trás, mas sempre afirmamos que correr não é o mesmo que chegar. Eles podem ter iniciado a campanha há muito tempo, mas cada partido possui seu próprio programa eleitoral," ressaltou Balate.
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