Segundo o jurista próximo à FRELIMO, a ação contra o Presidente é uma retaliação injusta e perseguição. O economista Estrela Charles compartilha dessa visão e duvida da validade do processo.
Ele ressalta que a questão não se limita ao Presidente Nyusi, apesar da Privinvest estar direcionando sua crítica a ele por ter autorizado o processo em Londres. Alega que a empresa não está lidando com o verdadeiro problema, que envolve todo o processo e a questão de suborno, que, segundo o Tribunal, ocorreu com base em testemunhas e evidências convincentes.
Entretanto, a economista acredita que a prioridade deveria ser a sociedade moçambicana em vez dos interesses da Privinvest, destacando a importância de avaliar a existência de corrupção em todo o caso.
Não obstante, o jurista Elísio de Sousa minimiza as supostas evidências, argumentando que a Privinvest não possui elementos para incriminar o Presidente Nyusi, defendendo que ele apenas procurou garantir o correto funcionamento do Estado.
Quanto ao envolvimento de Nyusi com os subornos da Privinvest no caso das dívidas ocultas, apontado pela empresa, o Presidente e seu partido FRELIMO mantiveram um silêncio que decepcionou a opinião pública, que esperava transparência da sua parte.
Elísio de Sousa, novamente, desvaloriza as acusações, considerando o suborno alegado pela Privinvest como uma simples alegação não comprovada.
Ele destaca que, ao analisar os documentos nos EUA, percebeu que algumas alegações levantadas pelo negociador da Privinvest não foram devidamente respaldadas pela sentença formal, indicando que o caso pode não ser tão claro quanto aparenta ser.
"Tive a oportunidade de analisar os acórdãos nos Estados Unidos e percebi que algumas questões importantes não foram devidamente registradas nas atas ou nas três sessões realizadas. Ficou evidente que as alegações feitas por Jean Boustani, o negociador da Privinvest, não foram devidamente comprovadas. Se tivessem sido, é provável que Boustani já teria sido condenado", explica Elísio de Sousa.
Em relação ao envolvimento do presidente Nyusi no caso das dívidas ocultas, surgiram acusações durante o julgamento de Manuel Chang nos Estados Unidos. Segundo "Chopstick", Nyusi teria autorizado as contratações relacionadas a essas dívidas controversas.
Diante desses indícios, poderia a sociedade civil moçambicana processar Nyusi após o término de seu mandato? O economista Estrela Charles acredita que é do interesse de Moçambique responsabilizar todas as partes envolvidas no escândalo das dívidas ocultas, incluindo o presidente, membros do partido FRELIMO e outros integrantes do governo.
Existe a possibilidade do Ministério Público moçambicano iniciar uma investigação contra Nyusi em 2025, com base nas informações disponíveis. No entanto, José Manteigas, membro da RENAMO, principal partido de oposição em Moçambique, expressa desconfiança em relação a uma eventual ação do órgão.
Segundo Manteigas, se o presidente comprometeu os interesses do Estado, a Procuradoria-Geral da República deve cumprir seu papel de defensora da legalidade, sem precisar avaliar demasiadamente os fatos já substanciados. A PGR deve agir de acordo com a lei, destaca Manteigas em sua exigência.
Fonte: Stop