Paulina Chiziane denuncia pastor por violência física e acusações de práticas de feitiçaria.



A autora de Moçambique Paulina Chiziane entrou com uma denúncia criminal contra um pastor da Igreja Divina Esperança, acusando-o de agressão contra ela e sua equipe de filmagem nas proximidades da igreja. O incidente aconteceu em 28 de julho, na província de Maputo, enquanto eles gravavam um vídeo. Chiziane relatou que os seguranças da igreja, a mando do pastor, atacaram a equipe, resultando em ferimentos graves.

Após uma reunião com o pastor no dia seguinte, ela decidiu formalizar a queixa para levar o caso aos tribunais devido à seriedade do ocorrido. Um membro da equipe foi gravemente ferido com problemas respiratórios após ser pisoteado, enquanto outro teve ferimentos que afetaram sua visão.

Além das agressões físicas mencionadas, a escritora revelou que foi acusada de praticar “bruxaria” pelos membros da igreja. A acusação teve como base o fato de o grupo carregar uma Timbila, um instrumento musical tradicional de Moçambique reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO em 2008.

Os seguranças afirmaram que o grupo estava realizando rituais contra a igreja, o que resultou na revista dos seus veículos sem consideração pela privacidade dos envolvidos. Posteriormente, foram levados para a delegacia sob a acusação de violar as normas da igreja, apesar de estarem em um espaço público.

A agência de notícias Lusa tentou contatar a igreja Divina Esperança sem sucesso. A Polícia confirmou ter recebido a denúncia e informou que o caso foi encaminhado ao Ministério Público para as devidas medidas legais.

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Paulina Chiziane, vencedora do Prêmio Camões em 2021, é uma destacada figura da literatura moçambicana. Nascida em Manjacaze, em 1955, Chiziane é autora de várias obras, sendo "Balada de Amor ao Vento", seu primeiro romance publicado em 1990, considerado o primeiro romance moçambicano escrito por uma mulher.

Publicamente, a escritora tem criticado a crescente presença de seitas religiosas na África, alertando para os perigos do fundamentalismo, especialmente em relação à preservação das identidades e culturas africanas.

Durante uma conferência em Maputo sobre "Nação e Moçambicanidade", realizada em fevereiro, Chiziane questionou a proliferação de igrejas com ideologias cada vez mais peculiares em cada esquina, levantando a questão: "Será isso considerado normal pela Igreja?"

Fonte: MMO 

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