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ONG critica a “interferência inaceitável” de Cyril Ramaphosa nas eleições moçambicanas.
O Centro para a Democracia e Direitos Humanos (CDD) de Moçambique denunciou o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, por “interferência inaceitável” nas eleições de Moçambique, após ele receber o candidato presidencial Daniel Chapo, apoiado pela Frelimo.
Em um comunicado, a ONG expressou sua “grande indignação” e condenou a atitude de Ramaphosa. O CDD argumentou que o apoio público do presidente sul-africano a Chapo, no contexto das eleições agendadas para 9 de outubro, fere os princípios de não-interferência em assuntos internos de nações soberanas, conforme normas da SADC e da União Africana.
O encontro entre Ramaphosa e Chapo ocorreu em Pretória e foi interpretado por Chapo como um sinal de “alinhamento” com seu projeto para Moçambique, conforme divulgado em sua página no Facebook, onde também postou fotos do encontro.
O CDD qualificou a ação de Ramaphosa como um abuso de sua posição, afirmando que representa uma interferência direta no processo democrático de Moçambique, colocando em risco a legitimidade das eleições e comprometendo a cooperação e neutralidade esperadas nas relações bilaterais.
A organização pediu à SADC e à União Africana que tomem uma posição firme sobre a questão, instando os líderes políticos a respeitarem os princípios de não-interferência.
Entre as imagens do encontro, destaca-se uma com Chapo e Ramaphosa ao lado da ministra dos Negócios Estrangeiros de Moçambique, Verónica Macamo, que também é mandatária da candidatura de Chapo.
A África do Sul, que abriga uma grande comunidade moçambicana, está no círculo eleitoral da diáspora. A Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido de oposição, já havia criticado o presidente português Marcelo Rebelo de Sousa por sua suposta participação na pré-campanha da Frelimo, devido a um encontro com Chapo.
Rebelo de Sousa também se reuniu com o candidato presidencial Venâncio Mondlane em julho. A Renamo apoia a candidatura de Ossufo Momade. Além de Chapo e Momade, também concorrem à presidência Lutero Simango, do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), e Venâncio Mondlane, dos partidos extraparlamentares Povo Otimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos) e Revolução Democrática (RD). As eleições gerais em Moçambique, que incluem as presidenciais, legislativas e de assembleias provinciais, estão marcadas para 9 de outubro.
Fonte: MMO
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