PGR de Moçambique sublinha a relação entre corrupção e atividades terroristas.

PGR de Moçambique sublinha a relação entre corrupção e atividades terroristas.
Foto: RFI


PGR de Moçambique sublinha a relação entre corrupção e atividades terroristas.

A Procuradora-Geral da República de Moçambique, Beatriz Buchili, ressaltou que a corrupção não deve ser tratada como algo aceitável, uma vez que este crime alimenta práticas ilegais como o terrorismo e o branqueamento de capitais.

"Não podemos aceitar que a corrupção, que fomenta o crime organizado, como o terrorismo e seu financiamento, o branqueamento de capitais, imigração ilegal, sequestros, e o tráfico de pessoas e drogas, se torne normalizada em nossa sociedade", afirmou Beatriz Buchili.

Essas declarações foram feitas durante a cerimônia de posse da nova Diretora do Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC), Glória da Conceição Adamo, realizada hoje em Maputo.

Desde outubro de 2017, a província de Cabo Delgado, rica em gás, tem enfrentado uma insurreição armada por grupos ligados ao Estado Islâmico. O último grande ataque ocorreu entre 10 e 11 de maio na sede distrital de Macomia, onde cerca de uma centena de insurgentes saquearam a vila, resultando em várias mortes e intensos combates com as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique e militares ruandeses que auxiliam o país na luta contra os rebeldes.

Beatriz Buchili destacou que a falta de integridade por parte dos servidores públicos contribui para a exploração dos recursos naturais do país e desvia recursos essenciais destinados à melhoria dos serviços básicos para a população.

"A corrupção representa um dos maiores desafios para nossa sociedade, pois mina a essência do Estado de Direito, desvia recursos que poderiam ser aplicados em serviços essenciais e enfraquece a confiança da população em seus líderes e instituições," afirmou a Procuradora-Geral.

Ela enfatizou a necessidade de uma nova abordagem no combate à corrupção e crimes relacionados como parte da estratégia da Procuradoria-Geral da República. "O Ministério Público adotou um Plano Estratégico com eixos prioritários que demonstram nosso compromisso em enfrentar este problema. Este plano está alinhado com as diretrizes da Administração Pública e com convenções internacionais das quais o país é signatário, reforçando nosso compromisso com as melhores práticas globais no combate à corrupção," declarou.

Buchili descreveu a corrupção como "um crime sem fronteiras, que exige uma cooperação internacional robusta e eficaz."

Glória da Conceição Adamo, anteriormente Procuradora-Geral Adjunta, assume agora a direção do Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC), sucedendo Ana Gemo, que liderou o GCCC por 16 anos.

Em agosto, o GCCC anunciou a recuperação de bens avaliados em cerca de 128 milhões de meticais (quase dois milhões de euros) relacionados com casos de corrupção nos últimos seis meses. "Esse trabalho é fruto da atuação proativa do Ministério Público, das denúncias recebidas e da colaboração com diversas instituições públicas e privadas na obtenção de informações relevantes," explicou Romualdo Johnam, porta-voz do GCCC, durante uma conferência de imprensa sobre o balanço das atividades do primeiro semestre do ano, em Maputo.

No total, o Ministério Público recuperou, no primeiro semestre deste ano, seis imóveis avaliados em pouco mais de 126 milhões de meticais (1,8 milhões de euros) e um veículo avaliado em 1,3 milhões de meticais (18 mil euros), em um período em que foram processados 1.328 casos.

Fonte: MMO




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