O tráfico de órgãos humanos em África alcança níveis alarmantes, afetando especialmente os grupos mais vulneráveis.
O tráfico ilegal de órgãos humanos em África atinge níveis alarmantes, tornando-se cada vez mais comum, especialmente entre as populações mais vulneráveis. Segundo um relatório da Global Financial Integrity (GFI), essa atividade criminosa gera anualmente entre 840 milhões e 1,7 bilhões de dólares, ou aproximadamente 755 milhões a 1,5 bilhões de euros.
Os rins são os órgãos mais frequentemente traficados, pois os doadores podem viver com apenas um deles. Esse comércio clandestino, impulsionado pela pobreza e pela alta demanda, prospera em um ambiente de fraca regulamentação e falta de condenação pública, como aponta o advogado de direitos humanos nigeriano Frank Tietie. Ele destaca que, embora o tráfico de órgãos tenha alcançado proporções epidêmicas, a resposta pública tem sido decepcionante.
Enquanto a doação e o transplante de órgãos são práticas médicas essenciais e regulamentadas em muitos lugares, o problema surge quando a necessidade econômica leva pessoas a vender partes de seus corpos. Tietie observa que a doação muitas vezes é motivada pela pobreza extrema, não pelo desejo de ajudar. Em alguns casos, profissionais de saúde desonestos removem órgãos sem consentimento.
Esse comércio ilegal não apenas explora os mais necessitados, forçando-os a decisões desesperadas, mas também enriquece médicos e redes criminosas que lucram com a venda no mercado negro. A falta de uma regulamentação eficaz e fiscalização rigorosa permite que o tráfico de órgãos prospere, perpetuando um ciclo de exploração.
Organizações internacionais e autoridades governamentais enfrentam crescente pressão para agir, regulando mais rigorosamente a doação de órgãos e evitando que os sistemas de saúde se tornem cúmplices desse comércio.
A combinação da alta demanda por órgãos e as precárias condições econômicas em muitas regiões da África requer uma ação coordenada urgente para enfrentar esse problema, que afeta milhares de vidas anualmente. Especialistas ressaltam a necessidade de políticas públicas eficazes e da educação das comunidades sobre os perigos do tráfico de órgãos, promovendo maior conscientização e desencorajando práticas que alimentam essa exploração.
Fonte: MMO