Foto: Nexo Jornal |
Início da Terceira Fase das Manifestações em Moçambique
Hoje, Moçambique inicia a terceira fase das manifestações, protestando contra os resultados eleitorais de 9 de Outubro e os assassinatos do advogado Elvino Dias e do mandatário do PODEMOS, Paulo Guambe. Nesta quarta-feira, 30, os partidos da oposição, convocados pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, realizarão marchas em todo o país, exigindo transparência eleitoral.
Os impactos econômicos das manifestações são significativos, com prejuízos estimados em três bilhões de meticais e toneladas de alimentos estragando nos mercados. Famílias que dependem de vendas diárias enfrentam crescentes incertezas, enquanto o discurso de ódio que antes estava nas redes sociais agora se reflete nas ruas.
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Em Maputo e Matola, onde as manifestações têm maior repercussão, o dia começou tranquilo, mas com aglomerações nas paradas e baixa circulação de transportes. Para muitos, a paralisação do trabalho significa escassez de alimentos. "Um dia sem trabalhar é um dia sem pão", diz Yassin Adamuji, proprietário de uma ferragem.
Anastácia Matavel, cozinheira no mercado Malanga, expressa sua preocupação: "Trabalhamos com dinheiro dos bancos, e ficar sem vendas é difícil". Rosita Mabulo, uma vendedora, se opõe às manifestações, afirmando que "dependemos do mercado para sustentar nossas famílias".
Além da crise econômica, a intolerância está em alta. O apelo de Mondlane gerou controvérsias, destacando que a democracia também garante o direito de não participar. Há relatos de discriminação em transportes públicos, onde pessoas foram agredidas por suas opiniões.
A Confederação das Associações Econômicas de Moçambique (CTA) apontou que as manifestações causaram três bilhões de meticais em prejuízos em três dias. O governo, através do Ministério da Indústria e Comércio, garantiu que as atividades econômicas devem continuar, alertando que a interrupção pode agravar a já precária situação econômica do país.
Maputo - Hoje (foto evidências) |
Os bancos anunciaram a indisponibilidade de serviços no primeiro dia de manifestações, que devem durar até 7 de Novembro. A adesão aos protestos não é apenas uma questão de comando, mas também reflete uma combinação de fatores, como ideais e medos entre os jovens.
O futuro é incerto, especialmente com receios de que as manifestações se prolonguem, evocando os assassinatos de Elvino Dias e Paulo Guambe. Ler mais...