A Coreia do Norte declarou hoje que um drone que caiu em Pyongyang no dia 8 de outubro foi lançado de uma ilha fronteiriça da Coreia do Sul, acusando o Exército sul-coreano de responsabilidade. Segundo a agência estatal KCNA, uma investigação do Ministério da Defesa analisou o sistema de controle de voo do drone.
O aparelho teria decolado da ilha de Baengnyeong, localizada no mar Amarelo, às 11h25 (02h25 em Lisboa) do dia 8, invadindo o espaço aéreo norte-coreano. Baengnyeong é a ilha sul-coreana mais a oeste e, em linha reta, está mais próxima de Pyongyang do que de Seul.
A KCNA ressaltou que as evidências evidenciam a provocação dos militares sul-coreanos, que supostamente evitam assumir a responsabilidade pela intrusão. No dia 19 de outubro, a Coreia do Norte anunciou ter encontrado destroços do drone em um bairro de Pyongyang, que corresponderiam a um modelo utilizado pelo exército sul-coreano.
Além disso, o regime norte-coreano alegou ter detectado drones sobrevoando a capital com panfletos de propaganda, responsabilizando os militares sul-coreanos por essa atividade. O exército da Coreia do Sul negou, embora de forma não clara, sugerindo que os drones poderiam ser operados por ativistas que enviam balões com propaganda do Sul para o Norte.
O Ministério da Defesa Nacional da Coreia do Norte afirmou que a negativa do envolvimento sul-coreano no envio de folhetos seria uma nova violação deliberada do espaço aéreo. Após a detecção dos drones, as unidades de artilharia na fronteira receberam ordens para abrir fogo em caso de novos avistamentos.
Esse incidente ocorreu logo após a Coreia do Norte ter modificado sua Constituição para classificar a Coreia do Sul como um "Estado hostil", refletindo uma mudança na estratégia diplomática de Pyongyang, que atualmente se distancia de diálogos com Seul e Washington, ao mesmo tempo em que se aproxima de Moscovo.
