Os resultados das eleições divulgados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) revelaram a presença de 170.000 votos falsos destinados à Frelimo e ao candidato presidencial Chapo, conforme apontado pelo Boletim Eleitoral do Centro de Integridade Pública (CIP). A investigação indica que alguns eleitores depositaram múltiplos boletins de voto em uma única urna, o que caracteriza fraude eleitoral.
Segundo a CNE, 56.000 eleitores votaram para o Parlamento, mas não para a presidência. Em Inhambane, por exemplo, 6% dos eleitores aparentemente votaram apenas para o parlamento, sem que houvesse qualquer fiscalização a respeito.
"Embora não tenhamos testemunhado os votos sendo manipulados, os números apresentados pela CNE revelam onde ocorreram as irregularidades", afirmou um representante do CIP.
Nas 11 províncias analisadas, a diferença entre os votos recebidos por Chapo e os da Frelimo para o Parlamento foi mínima, mas, em alguns casos, Chapo obteve um número superior de votos. Contudo, nas províncias de Zambézia e Inhambane, foram identificados 111.000 votos adicionais, claramente direcionados à lista da Frelimo. Esses votos foram cruciais para que a Frelimo mantivesse seus assentos parlamentares, evitando a perda de uma cadeira para o partido Podemos.
Na província de Maputo, onde Venâncio Mondlane teve um desempenho positivo nas eleições passadas, a Frelimo também buscou aumentar sua margem, adicionando 31.291 votos à corrida presidencial. Além disso, em Nampula e Tete, a Frelimo fez esforços semelhantes para incrementar os votos a favor de Chapo.
Os dados sugerem que a Frelimo teria inserido 170.000 votos extras, permitindo uma escolha estratégica sobre onde utilizar essa vantagem.
Fonte: MZ News