O Tribunal Penal Internacional (TPI) anunciou, ontem, a emissão de mandatos de prisão para seis indivíduos, supostamente associados a uma "milícia cruel" na Líbia, a qual é acusada de diversos assassinatos e outros crimes em uma cidade ocidental de importância estratégica.
Desde a derrubada do ditador Muammar Gaddafi em 2011, após uma revolta respaldada pela OTAN, a Líbia vive uma crise política profunda. O país está fragmentado, com administrações rivais nos lados leste e oeste, cada uma contando com o apoio de milícias e intervenções de governos estrangeiros.
O promotor do TPI, Karim Khan, afirmou que a investigação do tribunal coletou provas “indicando que os habitantes de Tarhunah foram vítimas de crimes que podem ser classificados como crimes de guerra, incluindo assassinatos, violações à dignidade humana, tratamento desumano, tortura, agressões sexuais e estupro”, conforme reporta o portal African News.
Os mandatos de prisão foram emitidos contra Abdelrahim al-Kani, Makhlouf Douma, Nasser al-Lahsa, Mohammed Salheen, Abdelbari al-Shaqaqi e Fathi al-Zinkal.
Khan mencionou que três dos investigados eram líderes ou membros de alta patente da milícia Al Kaniyat, que exerceu controle sobre Tarhunah entre 2015 e junho de 2020, enquanto os outros três tinham cargos nas forças de segurança da Líbia vinculados à milícia durante o período dos crimes denunciados.
O TPI iniciou sua investigação na Líbia em 2011, em resposta a um pedido do Conselho de Segurança da ONU, e rapidamente emitiu ordens de prisão contra vários suspeitos, incluindo Gaddafi, que foi executado antes de ser capturado para julgamento. O filho de Gaddafi, Saif Al-Islam, também é um dos procurados pelo tribunal.