As manifestações que ocorreram em Maputo e em várias regiões do país, ao longo de três dias da semana passada, resultaram em um impacto negativo de 4,5 milhões de meticais nas receitas do governo moçambicano. Isso se deveu à interrupção do fluxo migratório na Fronteira de Ressano Garcia, na província de Maputo.
De acordo com informações da Agência de Informação de Moçambique (AIM), a Fronteira de Ressano Garcia gera, em média, cerca de 1,5 milhões de meticais diariamente. Portanto, os prejuízos acumulados durante os três dias de protestos, que provocaram a paralisação quase total das atividades em todo o país, totalizam aproximadamente 4,5 milhões de meticais.
De acordo com Fernando Tinga, porta-voz da Autoridade Tributária, a interrupção do tráfego na fronteira afetou não apenas o comércio exterior, mas também o comércio interno e vários setores da sociedade. Ressano Garcia, a maior passagem terrestre do país, é responsável pelo maior fluxo diário de pessoas e bens entre Moçambique e a próxima África do Sul.
A interrupção parcial das atividades ocorreu nos dias 21, 24 e 25 da semana anterior, isto é, na segunda, quinta e sexta-feira. As mobilizações foram organizadas pelo candidato à presidência Venâncio Mondlane, que buscava a "reposição da verdade eleitoral" após os resultados do escrutínio de 9 de outubro, que resultaram na vitória do FRELIMO, partido no poder.
Lamentavelmente, essas manifestações resultaram em atos de violência em diversas regiões do país, levando à destruição de propriedades públicas e privadas, bem como à paralisação de múltiplos serviços, tanto públicos quanto privados.