Eleições 2024: António Muchanga, Ivone Soares, Clementina Bomba e outros não estarão no novo Parlamento

Eleições 2024: António Muchanga, Ivone Soares, Clementina Bomba e outros não estarão no novo Parlamento


António Muchanga, Ivone Soares, Clementina Bomba e outros não estarão no novo Parlamento

Os resultados oficiais das eleições presidenciais, legislativas e das Assembleias Provinciais, realizadas em 09 de outubro passado, continuam na pauta. As informações foram divulgadas na última quinta-feira pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), que anunciou a vitória do Frelimo e do candidato presidencial Daniel Francisco Chapo.

Consideradas as eleições mais contestadas na história da democracia multipartidária em Moçambique, as votações de 9 de outubro geraram protestos de milhares de cidadãos em todo o país, em resposta aos resultados oficiais. Neste cenário, a Renamo perde seu status como o principal partido de oposição, cedendo esse espaço ao PODEMOS, liderado por Albino Forquilha, que apoia a candidatura de Venâncio Mondlane.

Conforme os dados apresentados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), a partir de janeiro de 2025, o PODEMOS, sob a liderança de Ossufo Momade, contará com 20 deputados, em contraste com os atuais 60 da Renamo. Assim, espera-se que 40 representantes da Renamo deixem a Assembleia da República, sendo que 31 deles serão substituídos por membros do PODEMOS e nove por deputados da Frelimo.

Entre os membros da Renamo que deverão deixar o Parlamento, estão Ivone Soares, que foi Chefe da Bancada Parlamentar entre 2015 e 2020; Clementina Bomba, atual Secretária-Geral do partido; António Muchanga, ex-porta-voz; André Magibire, antigo Secretário-Geral; Glória Salvador; e Muhamed Yassine.

No caso da Cidade de Maputo, por exemplo, a Renamo conquistou apenas um mandato, que será ocupado por “General Bob”, nome pelo qual é conhecido Hermínio Morais. Além disso, figuras como Domingos Gundana, delegado político da Renamo em Maputo, e Ivan Mazanga, presidente da Liga Juvenil, ficarão fora da Assembleia da República.

Na província de Maputo, a Comissão Nacional de Eleições (CNE) declarou que a Renamo não obteve votos suficientes para eleger nenhum deputado. Como resultado, candidatos como Clementina Bomba, António Muchanga e José Samo Gudo, que participaram nas eleições por esse círculo eleitoral, não poderão retornar ao Parlamento.

A dupla CNE/STAE afirmou que a Renamo, assim como tem ocorrido desde 1994, não conseguiu eleger nenhum deputado na província de Gaza, assim como nos círculos eleitorais da África e do Exterior. Nesses círculos, desde as eleições iniciais, apenas o Frelimo tem conseguido eleger representantes.

No círculo eleitoral de Inhambane, apenas Gania Mussagy conseguiu vaga no Parlamento. Em Sofala, o único assento conquistado pela "perdiz" será ocupada por David Gomes. Personalidades como Geraldo Carvalho (mandatário nacional da Renamo), André Magibire e os irmãos Elias e Óscar Dhlakama terão que aguardar pelas próximas eleições legislativas em 2029.

Uma situação semelhante ocorre nas províncias de Manica, Tete e Niassa, onde a Renamo obteve apenas um assento na Assembleia da República. Em Manica, o representante será Maria Angelina Enoque, enquanto em Tete o assento será ocupado por Evaristo Sixpence e, em Niassa, por Saíde Fidel.

Além disso, em Manica, personagens como Saimone Macuiana, Alfredo Magumisse e Alberto Ferreira não estarão no próximo Parlamento. Em Tete, os candidatos Ricardo Tomas e Juliano Picardo também não conseguiram se eleger. Em Niassa, os deputados Uale Amado e João Samuel Watchy deverão deixar a Assembleia.

De acordo com os dados da CNE/STA, o máximo que a Renamo alcançou nas eleições legislativas foi a eleição de seis deputados na Zambézia e mais seis em Nampula, que curiosamente são dois dos principais círculos eleitorais do país.

Na Zambézia, os representantes eleitos incluem Jerônimo Malagueta (antigo porta-voz), Inácio Reis (Delegado Político Provincial), Elisa Cipriano, José Manteigas (ex-Porta-voz), Latifo Xarifo e Viana Magalhães (atual Chefe da Bancada Parlamentar). Maria Ivone Soares e Arlindo Maquival ficaram de fora do novo Parlamento.

Em Nampula, foram escolhidos Lúcia Afate (anteriormente Delegada Política Provincial), Abiba Aba Linha (atual Delegada Política Provincial), Fernando Lavieque, Arnaldo Chalaua (atualmente porta-voz da Bancada Parlamentar), Carlos Manuel e Mussabay Issufo Gani. Ficaram de fora os nomes de Glória Salvador (ex-mandatária nacional) e o acadêmico Muhamed Yassine.

Na sofrida província de Cabo Delgado, a Renamo obteve a eleição de dois deputados: Manuel Muacune (Delegado Político Provincial) e Chico Pery. Albertina Ilda Lino e Álvaro Caul não conseguiram obter uma vaga no Parlamento, apesar de serem candidatos que tentaram passar pela seleção da dupla CNE/STAE.

Entretanto, é importante destacar que os resultados apresentados pela CNE ainda precisam ser validados pelos juízes do Conselho Constitucional, o que pode resultar em algumas modificações. Isso foi evidenciado nas eleições anteriores, em que o órgão fez alterações, de forma arbitrária, nos totais de votos e nos respectivos mandatos.

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