Agente do SERNIC denuncia retaliações após operações contra tráfico de drogas em Maputo
Dick Manhiça, agente do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) na Província de Maputo, foi protagonista de diversas operações nos últimos três anos voltadas ao combate à criminalidade organizada em Moçambique. Entre suas ações destacam-se o desmantelamento de fábricas clandestinas de drogas operadas por cartéis internacionais, a prisão de criminosos estrangeiros, incluindo traficantes mexicanos, e o resgate de empresários sequestrados.
No entanto, o que poderia ser um marco de reconhecimento profissional transformou-se em uma série de retaliações. Manhiça afirma que passou a ser alvo de perseguições, ameaças e detenções arbitrárias por parte da liderança do SERNIC.
O episódio mais marcante ocorreu durante uma operação em Namaacha, onde o agente liderou a destruição de uma fábrica de drogas ligada a redes internacionais. Apesar do sucesso da missão, seus superiores ordenaram que o caso fosse mantido em sigilo e não reportado ao Ministério Público. Ao questionar a ordem, Manhiça foi acusado de "prejudicar os interesses do sistema" e passou a enfrentar represálias.
O caso evidencia os desafios no combate ao tráfico de drogas e à corrupção no país, além de levantar questões sobre a proteção de agentes que atuam contra o crime organizado em Moçambique.