Agentes da PRM em Namicopo vivem sob ameaça de manifestantes
No bairro de Namicopo, nos arredores de Nampula, agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM) estão a enfrentar momentos críticos, com manifestantes a invadir suas residências e a ameaçar suas famílias. O objetivo dos manifestantes seria retaliar pelas mortes ocorridas em protestos recentes, atribuídas às ações das forças de segurança.
Alguns agentes, temendo pela sua segurança e pela de seus familiares, abandonaram suas casas em busca de refúgio. Um dos agentes relatou que sua família foi abordada por indivíduos que o acusaram de "matar a população" durante as manifestações. "Disseram à minha esposa que iriam matá-la também. Tive que sair do bairro para proteger a minha família", afirmou o agente, que preferiu não ser identificado.
A ameaça estende-se também ao uso do uniforme policial. "Não posso usar a farda fora do trabalho, carrego-a numa pasta e só visto no serviço. Há um risco real de ser atacado se for identificado como agente", explicou outro policial.
Os agentes apelam ao Comando Provincial da PRM em Nampula por medidas de segurança efetivas. "Sentimo-nos inseguros, tanto nas ruas quanto em nossas casas. O governo precisa agir para garantir proteção aos agentes, que trabalham para manter a ordem pública", destacou um dos entrevistados.
Até ao momento, a porta-voz da PRM em Nampula, Rosa Nilza Chaúque, não se pronunciou oficialmente sobre a situação, alegando falta de autorização para comentar.
A situação em Namicopo reflete a crescente tensão entre as forças de segurança e a população, num contexto de protestos marcados por violência e repressão. A falta de garantias de segurança está a agravar o clima de instabilidade na região.
