Viatura militar atropela cidadã em Maputo; Ministério da Defesa promete investigação
Uma viatura das Forças de Defesa e Segurança (FDS) atropelou, na madrugada desta quarta-feira (27), uma cidadã na Avenida Eduardo Mondlane, em Maputo. O incidente, amplamente divulgado nas redes sociais, gerou indignação e levantou questões sobre a conduta das forças de segurança durante manifestações pós-eleitorais.
Relatos indicam que, antes do atropelamento, ocorreu uma discussão entre militares da viatura e manifestantes sobre a retirada de uma bandeira no centro da avenida. Após a troca de palavras acaloradas, os militares retornaram ao veículo. Minutos depois, a mesma viatura avançou em alta velocidade, atropelando a vítima. Imagens compartilhadas mostram que a mulher atropelada não parecia estar diretamente envolvida nos protestos.
Declaração do Ministério da Defesa
Em comunicado, o Ministério da Defesa Nacional classificou o atropelamento como acidental e informou que a vítima foi prontamente socorrida e levada ao Hospital Central de Maputo, onde está recebendo tratamento adequado.
“As Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) comunicam que uma viatura militar devidamente sinalizada atropelou acidentalmente uma cidadã enquanto realizava uma missão de proteção de infraestruturas econômicas e desbloqueio de vias”, afirmou o ministério.
O órgão também ressaltou que está acompanhando o estado da vítima e garantiu assistência médica e psicossocial.
Investigação e compromisso com direitos humanos
O Ministério lamentou o ocorrido e anunciou que o caso será rigorosamente investigado para evitar situações semelhantes no futuro. “As Forças Armadas estão comprometidas com o respeito aos direitos humanos e às normas do Direito Humanitário”, destacou o comunicado.
No entanto, o apelo do ministério para que a população respeite as regras de trânsito e a prioridade de viaturas militares gerou controvérsia, sendo interpretado por alguns como uma tentativa de minimizar a responsabilidade pelo incidente.
O atropelamento ocorre em meio a um cenário de tensão pós-eleitoral em Moçambique, com manifestações frequentes nas ruas de Maputo e um debate crescente sobre o uso desproporcional da força pelas autoridades.