Comissão Europeia Apela à Moderação no Processo Eleitoral de Moçambique

Comissão Europeia Apela à Moderação no Processo Eleitoral de Moçambique
Foto: Luísa Nhantumbo 


A Comissão Europeia fez um apelo à moderação de todas as partes envolvidas no processo eleitoral em Moçambique, manifestando preocupação com o aumento da violência no país. Durante uma sessão no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, a comissária para a Igualdade, Helena Dalli, afirmou que a União Europeia (UE) condena a brutalidade das repressões às manifestações e exige esclarecimentos sobre os recentes episódios de violência.

"Desde as eleições de 9 de outubro, temos assistido ao aumento da violência e à repressão brutal, o que agravou a situação. Lamentamos as mortes ocorridas nas últimas semanas, incluindo as dos políticos Elvino Dias e Paulo Guambe", declarou Dalli. Ela reforçou o pedido de uma investigação rigorosa e de transparência sobre esses assassinatos.

Dalli enfatizou a necessidade de contenção por todas as partes: "É crucial que todos mantenham uma conduta pacífica e que a voz de todos seja respeitada. A violência e o uso desproporcional da força precisam cessar." A comissária garantiu que a UE seguirá acompanhando de perto os desdobramentos do processo eleitoral.

Contexto dos Protestos em Moçambique

Após o anúncio dos resultados das eleições gerais pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE), manifestações lideradas pelo candidato oposicionista Venâncio Mondlane e seus apoiadores intensificaram-se. A CNE declarou Daniel Chapo, da FRELIMO, vencedor com 70,67% dos votos, enquanto Mondlane, representante do Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos), obteve 20,32%.

Desde então, os protestos têm resultado em confrontos violentos com as forças de segurança. Segundo a ONG Plataforma Eleitoral Decide, entre 21 de outubro e 21 de novembro, pelo menos 67 pessoas perderam a vida, 210 foram baleadas e mais de 1.300 foram detidas em decorrência das manifestações.

As tensões continuam altas, com os resultados ainda aguardando validação pelo Conselho Constitucional. Enquanto isso, a UE insiste na importância de garantir a transparência no processo eleitoral e no respeito aos direitos humanos no país.

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