O convite da Chatham House ao candidato presidencial da FRELIMO, Daniel Chapo, para discursar em Londres como presidente eleito gerou controvérsias em Moçambique. A ONG britânica, por meio de seu Programa para África, convidou Chapo para uma mesa-redonda entre 4 e 6 de dezembro, onde discutirá os desafios enfrentados por Moçambique.
No entanto, a carta, datada de 13 de novembro, foi criticada por felicitar a eleição de Chapo antes da validação final dos resultados pelo Conselho Constitucional, em meio a alegações de fraude e protestos violentos no país.
Ativistas e analistas moçambicanos, como Quitéria Guirengane, acusam a Chatham House de interferir nas questões internas de Moçambique ao reconhecer Chapo como vencedor, em um momento de intensa contestação popular sobre os resultados eleitorais. Guirengane descreveu a atitude como "repudiável", considerando que a soberania do povo moçambicano está sendo desrespeitada.
O sociólogo João Feijó também considera o convite precipitado, dado o contexto de alegações de fraude e a violência política no país. Para Feijó, a Chatham House deveria aguardar a validação dos resultados pelo Conselho Constitucional antes de qualquer ação que possa parecer um reconhecimento da vitória de Chapo.
Em defesa, a Chatham House esclareceu que o convite foi feito com base na declaração da Comissão Nacional de Eleições, embora reconheça a pendência da validação dos resultados. A ONG afirmou que a participação de Chapo no evento dependerá da confirmação oficial dos resultados pelo Conselho Constitucional.