A crise de direitos humanos é entendida como uma situação em que ocorrem violações em larga escala e de forma sistemática dos direitos fundamentais de indivíduos ou coletivos, muitas vezes incentivadas ou toleradas pelas autoridades governamentais ou outros grupos.
Essas crises costumam se manifestar por meio de repressão violenta, restrição de liberdades essenciais e ações que comprometem tanto a dignidade quanto a vida das pessoas.
Desde o início das manifestações em 21 de outubro até 17 de novembro, Moçambique tem vivenciado um cenário que se encaixa perfeitamente nessa descrição, onde a repressão policial às manifestações pós-eleitorais resultou em um número alarmante de vítimas.
A violência das forças de segurança não apenas tirou vidas e deixou muitas pessoas feridas, mas também gerou um clima de medo e insegurança, levando ao deslocamento forçado de famílias, uso indiscriminado de gás lacrimogêneo em áreas residenciais e perseguições noturnas.
Essa situação destaca a urgência de ação e intervenção, tanto de atores locais quanto internacionais, para restabelecer o respeito aos direitos humanos e a dignidade do povo moçambicano.