A marcha da Frelimo foi criticada por ser caracterizada como "exaltação partidária" disfarçada de repúdio à violência.
Em meio a tensões sociais e políticas, manifestações recentes em Moçambique reacenderam o debate sobre o direito à livre expressão e a igualdade de tratamento pelas autoridades. A marcha da Frelimo em Maputo evidenciou, segundo críticos, a disparidade na forma como manifestações de diferentes grupos são tratadas.
Enquanto cidadãos que protestam contra supostas irregularidades eleitorais enfrentam repressão com gás lacrimogêneo e detenções, a marcha da Frelimo ocorreu sem restrições, demonstrando o que muitos chamam de "dualidade de critérios". Observadores apontam que essas diferenças aprofundam a sensação de exclusão social e política entre grupos que não se identificam com o partido no poder.
Entre as reivindicações dos manifestantes está o direito de se opor pacificamente à injustiça eleitoral e à violência policial, sem intimidação. Muitos se lembram dos episódios recentes, como o uso de gás lacrimogêneo em protestos anteriores e as dificuldades enfrentadas durante manifestações pacíficas contra irregularidades nas eleições.
A marcha da Frelimo foi criticada por ser caracterizada como "exaltação partidária" disfarçada de repúdio à violência. "Este país é nosso", repetem manifestantes, reivindicando o direito de serem tratados como cidadãos com igualdade de direitos, independentemente de filiação política.
Esse cenário reflete o sentimento de divisão entre os cidadãos, com acusações de favorecimento institucional e repressão seletiva. Para muitos, é um lembrete da luta histórica por liberdade e igualdade que inspirou líderes como Samora Machel e Josina Machel, e que permanece viva nas demandas da população. (Fátima Mimbire)