Foto: Luísa Nhamtumbo |
Moçambique aposta em novo diálogo para resolver crise política e de direitos humanos
Moçambique se prepara para mais uma tentativa de diálogo nacional visando superar uma grave crise política e de direitos humanos. O encontro, convocado pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, está agendado para a próxima terça-feira, 26 de novembro, e reunirá os quatro principais candidatos das eleições presidenciais de 9 de outubro: Lutero Simango, do Movimento Democrático de Moçambique (MDM); Daniel Chapo, da FRELIMO; Venâncio Mondlane, apoiado pelo partido Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS); e Ossufo Momade, da RENAMO.
Historicamente, os diálogos políticos no país, especialmente os relacionados a questões eleitorais, envolveram apenas a FRELIMO e a RENAMO, deixando de fora outros atores da sociedade civil e partidos menores. Esses encontros geralmente resultaram em acordos que beneficiavam exclusivamente os dois maiores partidos, e ocasionalmente o MDM, sem trazer avanços significativos para a democracia ou benefícios concretos para a população moçambicana.
A atuação de órgãos eleitorais, como a Comissão Nacional de Eleições (CNE) e o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), frequentemente questionados por sua imparcialidade, é citada como um dos principais fatores de instabilidade política.
O Centro para Democracia e Direitos Humanos (CDD) alerta que a exclusão de outras vozes relevantes no diálogo reforça um modelo polarizador, ineficaz e prejudicial. Segundo o CDD, a solução para a atual crise deve incluir representantes de diversos setores da sociedade, considerando que, além de questões eleitorais, a crise também abrange problemas econômicos e sociais que afetam a população.