No terceiro dia... "Nós juramos por ti, oh Moçambique"
Maputo (Canalmoz) - Nem mesmo imagens conseguem traduzir plenamente a magnitude do momento que aqui se relata. As palavras, menos ainda. Os dias atuais em Moçambique são, sem dúvida, marcados por acontecimentos históricos. Nada poderia antecipar o despertar desse sentimento de união nacional que parecia adormecido até então.
Um evento carregado de simbolismo e patriotismo tomou conta das ruas do país no terceiro e último dia da chamada segunda fase da quarta etapa. Talvez já não importe em qual fase ou etapa estamos. O que realmente importa é que algo está acontecendo, e os moçambicanos decidiram lutar pelo seu país.
Às 13 horas, pela segunda vez, todos pararam. Ficaram imóveis, de corpo ereto, mão sobre o peito, olhos fixos em um horizonte incerto, mas cheio de esperança. Vestidos, em sua maioria, de preto, estavam espalhados por todos os cantos: alguns nas estradas, outros nas varandas, nas portas de seus locais de trabalho, em seus pequenos negócios, nos escritórios ou ao lado de suas máquinas.
Nos supermercados, as compras foram interrompidas. Todos entoaram, com fervor, a maior herança dos filhos de Moçambique: o hino nacional. E o refrão, carregado de inspiração, ecoou: "Nós juramos lutar por ti, oh Moçambique. Nenhum tirano nos irá escravizar".
E as buzinas? Foram tantas que seria repetitivo tentar descrevê-las mais. Durante 72 horas, conforme previsto no Decreto da Live, o som da resistência tomou conta do país.