A cidade de Maputo está em meio a um conflito pelo acesso à área central. Manifestantes, que planeavam uma marcha pacífica contra alegações de fraude eleitoral, enfrentaram bloqueios em diversas direções, incluindo tiros e gás lacrimogêneo.
O grupo, que incluía um grande número de mulheres, originou-se principalmente dos bairros de Maxaquene e Polana Caniço, e se uniu a outros vindos de Malhazine, Magoanine e outras regiões. A marcha teve início na Praça dos Combatentes, conhecida como Xiquelene, mas os participantes foram recebidos a tiros quando se aproximaram da Praça da OMM, disparados pelas forças de defesa e segurança, incluindo um grupo especialmente violento apelidado de "Ruanda".
Na estátua de Eduardo Mondlane, no Alto Maé, a polícia e as forças armadas ocuparam a área, impedindo a aproximação de qualquer pessoa, já que este local havia sido previamente designado como ponto de concentração.
As forças que estão obstando o direito à manifestação têm disparado de forma indiscriminada, utilizando também gás lacrimogêneo, com o intuito de evitar a entrada dos manifestantes na cidade. Os residentes de Maputo encontram-se "encastelados" em seus edifícios, temerosos das ações das forças de segurança e do grupo chamado "Ruanda".
A população das áreas periféricas está buscando diversas maneiras de entrar na cidade, e como resposta à repressão policial, já se registraram incêndios de pneus em alguns locais.