A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) enfrenta questionamentos sobre sua capacidade de lidar com os desafios de segurança em Moçambique e na República Democrática do Congo (RDC). Analistas destacam que a fragilidade do bloco compromete a implementação de medidas eficazes para resolver as crises na região.
Líderes dos países membros da SADC se reuniram em Harare para discutir a tensão política em Moçambique e o conflito no leste da RDC. No entanto, segundo a analista política e ativista social Luzia Moniz, a organização encontra dificuldades para agir de maneira concreta. “Uma parte da SADC já está envolvida no conflito.
Por isso, não acredito que o bloco consiga oferecer soluções eficazes. A resposta deve ser liderada pelos próprios moçambicanos”, afirmou Moniz, acrescentando que apenas cinco países participaram da cúpula em alto nível.
Moniz também criticou o desinteresse demonstrado por outros membros da SADC em relação à segurança regional. “A ausência de líderes em uma reunião voltada para questões cruciais demonstra a falência da organização. Nenhuma sociedade pode se desenvolver sem garantir segurança”, destacou.
No caso da RDC, Julião Alar, analista internacional, apontou problemas financeiros que dificultam a resposta da SADC. “Na missão que termina em dezembro, previa-se o envio de 4.800 soldados, mas, devido à falta de recursos, isso não foi possível”, explicou. Alar também mencionou desafios como barreiras linguísticas e logísticas que complicam as operações militares e de inteligência.
Até o momento, a SADC não apresentou soluções concretas para os conflitos, limitando-se a reafirmar seu compromisso com a paz e a estabilidade na região. A falta de ações práticas levanta dúvidas sobre a eficácia do bloco em lidar com essas crises.