O Governo de Moçambique, através do Instituto Nacional de Comunicações, anunciou a remoção do bloqueio às redes sociais (Facebook, WhatsApp e YouTube) nos serviços de dados das operadoras móveis, com efeito a partir de quarta-feira, 14 de novembro.
A decisão de restringir o acesso à internet surgiu como uma tentativa de isolar Venâncio Mondlane do público e evitar a convocação e a disseminação de imagens relacionadas às manifestações contra a fraude e os assassinatos de Elvino Dias e Paulo Guambe.
Entretanto, a medida foi rapidamente contornada pelos usuários, que utilizaram aplicativos de VPN (Rede Virtual Privada) para evitar a censura. Na manhã do dia 30 de outubro, ao tomarem conhecimento do bloqueio, muitos recorriram a mensagens que circularam rapidamente via SMS, explicando como instalar o VPN, conforme o modelo de cada aparelho.
Até o meio-dia, a maioria dos usuários já conseguia acessar as redes sociais sem restrições. As manifestações continuaram em diversas localidades, evidenciando a futilidade do bloqueio. Além disso, as operadoras de telefonia móvel começaram a enfrentar prejuízos financeiros e já estão lidando com duas ações judiciais por seguirem ordens consideradas ilegais do partido Frelimo, prejudicando seus clientes.
A Vodacom, uma subsidiária da Vodafone, especialmente sofreu danos à sua imagem ao ser vista como colaboradora de um regime que tenta restringir as liberdades civis.