Dois jornalistas da África do Sul, Bongani Siziba e Sbonelo Mkhasibe, estão detidos pelas autoridades moçambicanas desde quarta-feira, 13 de novembro. Eles estavam em Moçambique representando o canal nigeriano NewsCentral Africa TV, com o objetivo de cobrir os protestos em massa demandando transparência, justiça e liberdades democráticas. No momento, ambos encontram-se incomunicáveis, o que dificulta qualquer tipo de intervenção.
A prisão desses jornalistas representa um ataque direto à liberdade de imprensa, o que impacta seriamente o direito à informação, um direito humano fundamental. Este é o segundo incidente envolvendo jornalistas estrangeiros em pouco tempo.
Embora dois jornalistas do canal português CMTV não tenham sido detidos, foram ameaçados e forçados a deixar o país. Em Moçambique, onde a liberdade de imprensa já é limitada, essa situação se agrava em tempos de crise.
Há diversos relatos de ataques à liberdade de imprensa, incluindo um incidente em 21 de outubro, quando a polícia disparou gás lacrimogêneo de forma intencional durante uma coletiva de imprensa do candidato presidencial Venâncio Mondlane.
Recentemente, o Comandante-Geral da Polícia, Bernardino Rafael, ao falar sobre a quarta onda de manifestações, restringiu a possibilidade de perguntas dos jornalistas, escolhendo quem poderia fazer questionamentos. Isso evidencia uma aversão ao jornalismo livre e independente.