O governo está coordenando uma operação logística para reforçar a presença policial nas manifestações populares convocadas por Venâncio Mondlane, candidato presidencial do partido Podemos, que protesta contra os resultados das eleições, considerados fraudulentos.
No entanto, soldados do Teatro Operacional Norte (TON), envolvidos no combate ao terrorismo, estão abandonando suas posições em Mucojo, no distrito de Macomia, Cabo Delgado, devido à falta de alimentos e condições adequadas.
As forças armadas têm alertado a população local sobre o crescente descontentamento entre os soldados, que, mesmo destacados em atividades de combate a insurgentes, enfrentam uma situação crítica de sobrevivência. Relatos indicam que, ao invés de se preocupar apenas com os ataques inimigos, os soldados estão lidando com a escassez de recursos básicos, o que tem gerado uma crise nas operações de segurança.
"Informaram que estão enfrentando dificuldades em relação à alimentação, ao contrário, por exemplo, das tropas de Ruanda", declarou uma fonte que preferiu permanecer anônima.
Muitos indivíduos chegaram à localidade de Macomia entre a segunda e a terça-feira, apenas para entregar suas armas no quartel e depois abandonar suas funções. Eles estão enfrentando uma situação crítica e muitos optaram por deixar a missão. Esses membros foram treinados em Janeiro deste ano e logo foram enviados para lá, de acordo com uma fonte.
Nossas fontes indicam que essa não é a primeira vez que a falta de logística tem prejudicado os integrantes das Forças Armadas de Defesa de Moçambique na região do Teatro Operacional Norte (TON), visto que episódios semelhantes já ocorreram repetidamente.
"Recebi duas informações sobre essa 'fuga' militar. A primeira é que esse grupo estava na área de Quiterajo e optou por abandonar o local a pé devido à falta de suprimentos e comida. A segunda informação indica que foram atacados por terroristas e estão em fuga", relatou outro morador da vila de Macomia.
De acordo com informações fornecidas pelo governo, as Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) haviam utilizado até setembro 82,8% de seu orçamento anual.