O ministro da Defesa de Moçambique, Cristovão Chume, fez um apelo à calma, unidade e reconciliação para enfrentar a atual tensão no país, enfatizando a importância do diálogo entre todos os atores sociais para o bem-estar da nação.
Durante declarações feitas em Maputo em resposta às recentes manifestações, Chume afirmou que os protestos têm como objetivo "derrubar o Governo democraticamente eleito", sublinhando que as mensagens que circulam indicam essa intenção.
Ele também comentou sobre a mobilização da comunidade médica em protesto contra as violações de direitos humanos, destacando que os membros dessa classe marcharam em direção à estátua de Eduardo Mondlane.
Chume ressaltou que as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique permanecem dedicadas à manutenção da ordem e segurança no país.
O cenário econômico em Moçambique não se mostra promissor, e Chume informou que, nas operações para conter os protestos, não houve a participação de forças estrangeiras, refutando rumores sobre a presença de tropas ruandesas envolvidas na repressão dos manifestantes.
As manifestações, organizadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane em contestação aos resultados das eleições, têm visto a resposta das forças de segurança utilizando gás lacrimogêneo, balas de borracha e reais para dispersar jovens desarmados.
Após os ocorridos, mais de dez vidas foram perdidas e diversas pessoas ficaram feridas, incluindo alguns integrantes das forças de segurança.
A atuação das forças de segurança tem sido alvo de críticas contundentes por parte da sociedade civil.
Militares nas ruas
Cristovão Chume pediu que crianças não participem das manifestações, enfatizando a necessidade de proteger seu futuro. Além disso, ele solicitou que as manifestações sejam organizadas em conjunto com a Polícia e as Forças de Defesa e Segurança.
Os protestos em Maputo, Moçambique, causaram uma atmosfera de tensão, com relatos de repressão policial e confrontos em Nampula.
Chume explicou que a presença militar nas ruas tem como objetivo apoiar a Polícia na manutenção das vias, realizar atividades de interesse público, como a limpeza das ruas, e proteger instituições importantes contra atos de vandalismo, além de evitar novas manifestações.
“Entretanto, se a situação de violência persistir, não excluímos a possibilidade da atuação das Forças de Defesa para manter a ordem pública,” declarou Chume.