Contradição nos números: Nyusi afirma que 19 pessoas morreram durante as manifestações

Contradição nos números: Nyusi afirma que 19 pessoas morreram durante as manifestações
Pr Nyusi


Sociedade civil relata mais de 50 mortes; PR promete pacificar Moçambique antes de deixar a liderança

O Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, fez uma comunicação ao país nesta terça-feira, 19 de novembro, abordando a crise pós-eleitoral. Enquanto organizações da sociedade civil afirmam que mais de 50 pessoas perderam a vida desde o início das manifestações, o Presidente declarou que, segundo dados oficiais, foram registradas 19 mortes. Nyusi reiterou o compromisso de estabilizar o país antes de concluir seu mandato e criticou as manifestações, afirmando que estas têm como objetivo desvalorizar o trabalho do governo nos últimos anos. Ele também destacou que "não se pode deter o vento com as mãos".

Embora tenha reconhecido o direito constitucional à manifestação, Nyusi acusou Venâncio Mondlane, candidato apoiado pelo PODEMOS, de disseminar discursos de ódio e vingança, o que teria contribuído para atos de vandalismo e destruição de bens públicos e privados.

O Presidente também chamou a atenção para as críticas nacionais e internacionais direcionadas à atuação da Polícia da República de Moçambique (PRM). Apelou à polícia que adote uma abordagem de contenção em vez de violência na próxima fase das manifestações. Ao mesmo tempo, exortou as Forças de Defesa e Segurança a proteger a economia nacional e pediu aos jovens que não se deixem manipular para destruir os frágeis recursos do Estado.

Segundo dados apresentados pelo Presidente, foram registradas mais de 200 manifestações, que resultaram em atos de vandalismo, saques a estabelecimentos comerciais, destruição de infraestruturas de telecomunicações e instalações da Electricidade de Moçambique. As estatísticas oficiais apontam para 19 mortos, incluindo cinco agentes da PRM, além de 807 feridos em todo o país. No entanto, dados das organizações civis indicam um número superior a 50 mortes.

Nyusi também destacou os impactos indiretos das manifestações, como a redução no número de consultas hospitalares e uma queda de 46% nas doações de sangue, especialmente em um período próximo às festividades de fim de ano.

Como parte de sua promessa de pacificar o país, Filipe Nyusi convidou os quatro candidatos presidenciais para um diálogo, ressaltando a necessidade de união para resolver a crise. Ele afirmou: "Usarei todas as minhas energias para pacificar Moçambique, mas isso exige a colaboração de todos. Não é com egoísmo que resolveremos o problema; precisamos do envolvimento de cada moçambicano."

O Presidente também relembrou desafios anteriores enfrentados durante sua administração, incluindo negociações na Serra da Gorongosa, as quais descreveu como um dos momentos mais críticos de sua liderança.

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