A polícia em Maputo recorreu ao uso de gás lacrimogéneo para dispersar centenas de manifestantes que protestavam contra os resultados das eleições presidenciais. O incidente ocorreu por volta das 13h20 (hora local), na Avenida Eduardo Mondlane, na capital moçambicana. Os manifestantes, apoiadores do candidato Venâncio Mondlane, entoavam o hino nacional de joelhos quando foram surpreendidos pela ação policial.
Protestos contra os resultados eleitorais
Esta sexta-feira (22 de novembro) marcou o terceiro e último dia de uma nova fase de manifestações convocadas por Venâncio Mondlane, que contesta a vitória do candidato Daniel Chapo, da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO). Segundo os resultados divulgados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) em 24 de outubro, Chapo venceu com 70,67% dos votos. Esses resultados ainda aguardam validação pelo Conselho Constitucional.
Mondlane, que representa o Partido Otimista pelo Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS), alega fraude no processo eleitoral e denuncia a repressão contra manifestantes. De acordo com o candidato, cerca de 50 pessoas foram mortas nos últimos dias durante ações de repressão policial a protestos em várias regiões do país. "Estas vítimas foram baleadas pelas mesmas autoridades que deveriam protegê-las", afirmou Mondlane.
Contexto da crise eleitoral
Os protestos refletem um ambiente de instabilidade política em Moçambique, com denúncias de irregularidades no pleito eleitoral e acusações de uso excessivo de força pelas autoridades. A estátua de Eduardo Mondlane, localizada na avenida central de Maputo, tornou-se um dos principais pontos de concentração dos manifestantes.
A oposição insiste em reivindicar transparência e justiça no processo eleitoral, enquanto a FRELIMO defende a legitimidade dos resultados anunciados. Com a escalada de tensões, a comunidade internacional tem apelado por um diálogo pacífico entre as partes para evitar um agravamento da crise.