Presidente do Botsuana Anuncia Demissão Após Derrota Eleitoral

Presidente do Botsuana Aceita Derrota e Anuncia Saída do Cargo

O presidente do Botsuana, Mokgweetsi Masisi, confirmou sua demissão nesta quarta-feira, após resultados parciais das eleições legislativas indicarem a derrota do seu partido, que está no poder há quase seis décadas. Em uma coletiva de imprensa, Masisi parabenizou a oposição pela vitória e declarou: "Reconheço a eleição".

O líder do Partido Democrático do Botsuana (BDP) mencionou que entrou em contato com Duma Boko, líder da Coligação para a Mudança Democrática (UDC), para formalizar sua aceitação da derrota. Boko, um advogado de direitos humanos de 54 anos, desponta como o provável próximo presidente, com a UDC conquistando 19 dos 61 assentos no parlamento.

Os resultados preliminares mostraram que a UDC, juntamente com o Partido do Congresso de Botsuana (BCP), que obteve sete lugares, e a Frente Patriótica do Botsuana (BPF), com cinco, somaram um total de 31 assentos, suficientes para assegurar a maioria parlamentar. O BDP, por outro lado, conseguiu apenas um assento até o momento.

A Comissão Eleitoral Independente do Botsuana deve confirmar os resultados ainda hoje, enquanto a contagem continua. Masisi, que assumiu o cargo em 2018, afirmou estar preparado para facilitar a transição e afirmou que sua intenção é tornar-se uma oposição leal, que monitore o novo governo.

Mais de um milhão de eleitores participaram da votação, escolhendo entre quatro candidatos. O Botsuana, conhecido por ser a democracia mais antiga da região, realiza eleições gerais a cada cinco anos, sempre reconhecidas como livres e justas.

Mokgweetsi Masisi sucedeu Ian Khama, que renunciou 18 meses antes do término de seu mandato, respeitando a limitação constitucional de dez anos para presidentes. No entanto, Masisi enfrentou críticas por seu estilo de governo, sendo acusado de autoritarismo.

Apesar de ser um dos países mais ricos da África em termos de PIB per capita, o Botsuana enfrenta grandes desigualdades sociais, conforme apontado pelo Banco Mundial. A economia, que depende fortemente da produção de diamantes — dos quais o país é o segundo maior produtor global — também tem sido afetada pela queda nos preços deste recurso, que representa um quarto do PIB e mais de 90% das exportações.