Serviços de inteligência ucranianos revelam documento que detalha objetivos estratégicos russos até 2045, incluindo a fragmentação territorial da Ucrânia.
Os serviços de inteligência do Ministério da Defesa da Ucrânia divulgaram informações sobre um suposto plano elaborado pela Rússia que prevê a divisão da Ucrânia em três partes. A agência Interfax relatou que o plano integra um documento estratégico que esboça metas políticas e militares russas até 2045.
Segundo Vadym Skibitskyi, vice-diretor da inteligência ucraniana, o documento, redigido por autoridades militares russas em dezembro de 2023, reflete o planejamento estratégico de Moscovo para consolidar sua influência global e regional. "O objetivo principal da Rússia continua sendo controlar toda a Ucrânia, pois isso garantiria a expansão de seu poder econômico, militar e territorial", declarou Skibitskyi.
Detalhes do Plano
De acordo com as informações divulgadas:
1. Anexação de territórios: A Rússia planeja incorporar oficialmente as regiões orientais da Ucrânia, como Lugansk e Donetsk, já parcialmente ocupadas, além de Kherson e Zaporíjia.
2. Disputa de territórios ocidentais: Países vizinhos como Polônia, Hungria e Romênia poderiam reivindicar áreas no oeste do país.
3. Criação de um Estado fantoche: O restante território, incluindo a capital Kyiv, seria transformado em um governo pró-Rússia ou neutro, impedindo sua adesão à OTAN.
O plano implicaria a "dissolução efetiva da Ucrânia como Estado independente" e apresenta quatro possíveis cenários para o futuro da ordem mundial: dois favorecem a Rússia, enquanto os outros pressupõem derrota militar.
Reação Internacional
A divulgação ocorre em um momento de mudanças políticas globais, com a possível retomada de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, o que pode impactar o apoio ocidental à Ucrânia. Apesar disso, Skibitskyi ressaltou que os planos russos podem ser alterados conforme as circunstâncias no campo de batalha e a reação da comunidade internacional.
Contexto Histórico
Desde o início da invasão russa em 24 de fevereiro de 2022, a Ucrânia enfrenta uma das maiores crises de segurança na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. A anexação da Crimeia em 2014 e as recentes ocupações regionais são evidências de que a estratégia de fragmentação territorial já está em curso. (Notícias ao Minuto)