O candidato presidencial do Podemos apresentou exigências para o encontro com o presidente moçambicano, incluindo garantias de segurança jurídica.
Venâncio Mondlane, candidato às eleições presidenciais de Moçambique pelo partido Podemos, condicionou sua participação no diálogo agendado com o Presidente da República, Filipe Nyusi, à extinção imediata dos processos judiciais movidos contra ele pelo Ministério Público e à sua participação virtual no encontro previsto para o dia 26 de novembro.
De acordo com Dinis Tivane, membro da equipe jurídica do Podemos, uma proposta com 20 pontos foi submetida à Presidência da República na última sexta-feira. Entre as condições apresentadas estão a extinção de três processos judiciais relacionados às manifestações recentes na província de Maputo e na cidade capital. O Ministério Público de Moçambique exige indenizações que somam quase 2 milhões de euros pelos danos causados pelos protestos.
Outro ponto central na proposta é a reposição da verdade eleitoral. Segundo Mondlane, "os votos não se negoceiam, contam-se". O candidato critica a Comissão Nacional de Eleições (CNE), alegando que a declaração de vitória de outro candidato não tem fundamentos sólidos.
Além disso, Mondlane defende a libertação de todos os detidos durante as manifestações e pede garantias de segurança política e jurídica para todos os envolvidos no diálogo. Ele também solicita o acesso irrestrito da imprensa às reuniões, garantindo transparência ao processo.
No documento enviado à Presidência, Mondlane propõe a inclusão de diversas instituições e personalidades no diálogo, como o Conselho Constitucional, o Tribunal Supremo, a Ordem dos Advogados, e o Conselho Islâmico. Entre os nomes indicados estão Brasão Mazula, Severino Ngoenha, Paulina Chiziane e o arcebispo Dom João Carlos.
O encontro entre Nyusi e os candidatos presidenciais promete ser crucial para o futuro político do país, mas depende de um acordo sobre as condições impostas por Mondlane e seu partido.