Os comerciantes informais têm enfrentado dificuldades para sustentar suas famílias, com muitos relatando prejuízos significativos. Na área da Sipal, um vendedor lamentou: “Queimaram tudo, até as caixas que usava como suporte. Não sei como começar de novo”.
Outro comerciante, Joaquim Alberto, que vendia kits de higiene, relatou a destruição de suas caixas de armazenamento e o roubo dos itens restantes. “Perdi quase tudo o que investi nesses produtos”, desabafou.
Situação semelhante foi enfrentada por Salimo Manjate, vendedor de calçados, que teve grande parte de seus produtos saqueados. “No meio da confusão, manifestantes e transeuntes levaram quase tudo. Não consegui fazer nada”, explicou.
As perdas se estenderam a outros trabalhadores. Simbine, que vendia bolachas, teve metade de seu estoque roubado, e Benjamin Luís, comerciante de carvão, decidiu não sair de casa por medo, mas ainda assim perdeu sua banca, incendiada pelos manifestantes. “Queimaram tudo; só restaram cinzas”, relatou.
Os operadores de serviços financeiros móveis também foram afetados. Osvaldo, um deles, perdeu sua banca e enfrenta dificuldades para retomar as atividades. “Sem documentos para me identificar como agente, fica impossível trabalhar”, afirmou.
As manifestações continuam a fragilizar o comércio local, aprofundando os desafios econômicos enfrentados por pequenos comerciantes em Nampula.