O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, destacou nesta segunda-feira (09) os perigos associados às "soluções políticas" para resolver a crise pós-eleitoral, marcada por manifestações e paralisações. Em encontro com empresários, Nyusi afirmou que essas soluções podem, em alguns casos, colocar a lei de lado.
"Quando se toma uma medida política, às vezes abandona-se a lei, e essa lei é o que nos amarra", afirmou o chefe de Estado. A declaração foi uma resposta a empresários que sugeriram soluções políticas como forma de superar a atual instabilidade no país.
Setor privado pede diálogo político
Durante a reunião, representantes do setor privado, como o presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Agostinho Vuma, defenderam a necessidade de medidas políticas para restaurar a paz e encerrar os episódios de vandalismo e violência.
"Entendemos que a solução para a presente crise só pode ser política e não de qualquer outra natureza, muito menos militar ou policial", enfatizou Vuma.
Filipe Nyusi reconheceu os esforços em curso para encontrar saídas viáveis e ressaltou a complexidade do momento, caracterizado por "muitas sensibilidades conflitantes". Para o presidente, é preciso ponderar o impacto das decisões para evitar precedentes negativos.
"Os encontros que estamos a desenvolver tendem a procurar soluções, mas, às vezes, podemos estar numa caixa, pensando que temos as melhores ideias", concluiu Nyusi.
A crise pós-eleitoral em Moçambique continua a desafiar o governo e o setor privado, que buscam alternativas para preservar a estabilidade e respeitar o Estado de Direito.
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