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Resultados eleitorais são o rastilho do caos em Moçambique, avalia Severino Ngoenha

Resultados eleitorais são o rastilho do caos em Moçambique, avalia Severino Ngoenha

Resultados eleitorais são o rastilho do caos em Moçambique, avalia Severino Ngoenha


Atualmente, Moçambique enfrenta uma instabilidade social e política desencadeada pelos resultados das Eleições Gerais, Legislativas e das Assembleias Provinciais. O renomado acadêmico Severino Ngoenha destaca que os resultados eleitorais funcionam como o "rastilho do caos", mas observa que a crise vai além das eleições, refletindo problemas estruturais profundos que afetam o contrato social no país.

Segundo Ngoenha, o atual cenário de tensão e manifestações demonstra a crescente desconfiança nas instituições eleitorais, mas os sinais de insatisfação vão além. "Mesmo que os resultados fossem proclamados pelo Papa ou pelo secretário-geral das Nações Unidas, não seriam suficientes para apaziguar as tensões. Estamos diante de uma bomba político-social prestes a explodir", alerta o acadêmico.

Ngoenha também destaca os riscos alarmantes de violência e desordem, mencionando possibilidades como a “haitização” do país, onde gangues assumem o controle local; a “congolização”, com intervenções militares externas; e a “somalização”, marcada pela fragmentação territorial e deslocamento em massa de pessoas. Ele chama a atenção para a necessidade urgente de evitar uma escalada de conflitos e buscar soluções para a crise social e política.

Para Ngoenha, qualquer tentativa de resolver a crise deve ir além de debates jurídicos e mudanças superficiais. Ele enfatiza que, antes de apontar culpados, é essencial "apagar o fogo" e salvar o que ainda é possível da "casa em chamas". O acadêmico defende mudanças estruturais profundas, capazes de construir uma nova base política e social que contemple os interesses de todos os moçambicanos.

"Não podemos fingir que o caos não tem relação com os resultados eleitorais. No entanto, qualquer solução deve ultrapassar os interesses de partidos ou grupos específicos. Precisamos de um novo começo, uma nova estrutura política que permita a construção de um futuro compartilhado e estável para Moçambique", conclui.

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