O candidato presidencial Venâncio Mondlane acusou, nesta quinta-feira (05/12), o governo moçambicano de drogar agentes da Unidade de Intervenção Rápida (UIR) para reprimir manifestações, resultando em mortes, ferimentos e detenções ilegais. A denúncia foi feita durante uma transmissão, onde Mondlane condenou a violência contra manifestantes e destacou a incapacidade do governo em resolver a crise de terrorismo em Cabo Delgado, que persiste desde 2017.
Mondlane afirmou que existem registros de agentes da UIR consumindo substâncias como suruma e haxixe antes de agirem contra civis. "Infelizmente, o governo droga os agentes da UIR. Temos imagens deles fumando substâncias para matar o povo. Isso é inaceitável", declarou.
Ele também criticou a prioridade dada às tropas ruandesas em detrimento das forças nacionais. "Vemos tropas ruandesas bem equipadas, alimentadas, trazidas de avião, enquanto nossos soldados enfrentam condições precárias. O contrato com Ruanda para segurança envolve 20 bilhões de dólares, mas aqui usamos transporte terrestre e salários baixos", lamentou.
Sobre o diálogo com o governo, Mondlane voltou a afirmar que o Presidente da República, Filipe Nyusi, não tem interesse em pacificar o país. "Nyusi não responde aos requisitos para dialogar. Estou disponível a qualquer hora, desde que seja virtual e com transparência sobre os temas discutidos", afirmou o candidato.
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