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Daniel Chapo Retira-se da Cimeira da SADC sobre a Crise no Congo

Presidente da República de Moçambique, Daniel Chapo , anunciou, na tarde de quarta-feira, que não participaria da Cúpula Extraordinária de ...

Daniel Chapo Retira-se da Cimeira da SADC sobre a Crise no Congo


Presidente da República de Moçambique, Daniel Chapo, anunciou, na tarde de quarta-feira, que não participaria da Cúpula Extraordinária de Chefes de Estado e de Governo da SADC em Harare, convocada para discutir a crescente violência no leste da República Democrática do Congo (RDC).

Inicialmente, o Gabinete de Comunicação do Presidente tinha confirmado sua presença na cimeira, marcada para quinta-feira, para avaliar a situação de segurança em Goma, na RDC, onde as Forças Armadas da RDC (FARDC), apoiadas pela Missão da SADC na RDC (SAMIDRC) e pela MONUSCO (Missão da ONU para a Estabilização na RDC), estão em confronto com o grupo rebelde M23, supostamente apoiado pelas Forças de Defesa de Ruanda (RDF).

Horas após o anúncio, uma nova declaração informou que a viagem de Chapo foi adiada, sem fornecer detalhes específicos sobre as razões da decisão. A cimeira extraordinária da SADC foi convocada devido à escalada de violência na província de Goma, onde o M23, apoiado por Ruanda, tem intensificado ataques contra as forças da RDC e os contingentes de paz da SADC. A situação resultou em baixas significativas, incluindo 13 soldados da África do Sul.

O confronto gerou um aumento das tensões dentro da SADC, especialmente entre África do Sul e Ruanda. O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, acusou o M23 e a RDF de ataques diretos contra as forças de paz, enquanto o presidente Paul Kagame, de Ruanda, rebateu as acusações, acusando a SADC de apoiar grupos armados que ele considera "genocidas".

Diante desse cenário, a retirada de Daniel Chapo da Cúpula da SADC parece ter sido uma decisão estratégica. Moçambique é um dos principais aliados de Ruanda na região da SADC, com cerca de 4.000 soldados ruandeses atuando em Cabo Delgado, no norte de Moçambique, no combate à insurgência jihadista.

Participar da cúpula, onde se esperava uma condenação ao papel de Ruanda no conflito, teria colocado o governo moçambicano em uma posição delicada, forçando-o a escolher entre alinhar-se com o sistema de segurança regional e confrontar seu principal aliado militar, ou se opor a essa condenação e arriscar tensões com países como África do Sul e Tanzânia.

Com base nessas circunstâncias, Daniel Chapo optou por permanecer em Maputo, evitando um posicionamento público sobre a crise no Congo e o papel de Ruanda no conflito.

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