A família de Arlindo Chissale, jornalista desaparecido desde o início de janeiro em Cabo Delgado, teve uma surpresa no último sábado (08.02), quando tentou entrar em contacto com os telefones do jornalista. Após um mês em que os números estavam fora de rede, ambos se tornaram novamente ativos. No entanto, as chamadas não foram atendidas e logo depois os números voltaram a ficar incontactáveis.
O irmão de Arlindo, Macário Chissale, revelou que, após o desaparecimento de Arlindo, no dia 7 de janeiro, os telefones deixaram de funcionar, mas agora, um mês depois, voltaram a ser acessíveis. Para Macário, o fato de os números terem sido reativados indica que os responsáveis pelo sequestro ainda monitoram a família. Ele acredita que as autoridades que o sequestraram estão tentando acessar mais informações do telefone do jornalista, mantendo todos sob vigilância.
As autoridades locais, incluindo a Polícia da República de Moçambique (PRM) e o Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), ainda não têm novidades sobre o caso. A porta-voz da PRM de Cabo Delgado, Eugénia Nhamussua, declarou que o caso foi encaminhado ao SERNIC e ao Ministério Público para investigação, mas não há novos dados disponíveis.
O ativista de direitos humanos, Gamito dos Santos, destacou que a ativação dos telefones pode ser uma pista importante para a investigação. Ele sugeriu que, com as ferramentas adequadas de rastreamento, seria possível localizar os aparelhos e identificar quem está usando-os.
A família de Arlindo Chissale tem se queixado da falta de ação das autoridades para esclarecer o desaparecimento do jornalista, que, recentemente, apoiava a candidatura do ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane em Cabo Delgado.