Comunidade de Nahene vive alívio após saída de supostos extremistas da mesquita


Comunidade de Nahene vive alívio após saída de supostos extremistas da mesquita

Há anos, os moradores da zona residencial de Nahene-1, no posto administrativo de Namicopo, em Nampula, viveram momentos de medo devido à presença de um grupo suspeito de ter ligações com práticas extremistas em uma mesquita local.

A maioria dos residentes dessa área é composta por deslocamentos internos da insurgência em Cabo Delgado. Segundo relatos, muitos temiam que o grupo fosse uma extensão dos mesmos insurgentes que atuam nessa província.

Retorno à normalidade

Aiuba Amisse, atual responsável pela Mesquita, afirma que a situação agora é mais tranquila. “Algumas pessoas que antes tinham deixado a mesquita retiraram-se, pois aqueles de quem se desconfiava já não rezam aqui”, explicou. Ele acrescentou que os métodos de operação adotados pelo grupo suspeito não condiziam com os ensinamentos tradicionais, o que levou ao encerramento temporário do local entre setembro e outubro de 2024.

No entanto, Amisse destaca que algumas pessoas, especialmente mulheres, ainda sentem o recebimento de frequentar o espaço.

Denúncias da população

Outra moradora, Anica Abdul, relembra como a comunidade reagiu antes da expulsão do grupo. "Antes, havia muitas pessoas usando roupas curtas, entrando de sapatos na mesquita, e as mulheres cobriam completamente o rosto. Rezavam até altas horas da noite. O movimento de motorizadas era intenso, e a situação lembrava o que acontecia em Cabo Delgado", relatou.

Diante dessas preocupações, os moradores procuraram o secretário do bairro para relatar a situação. A pressão popular levou à retirada do grupo suspeito, mas há informações de que eles ainda praticavam orações em outra mesquita da cidade.

Medo ainda persiste

Apesar da sensação de descanso, parte da comunidade ainda teme o retorno do grupo. Mariamo, uma das moradoras, afirma que a insegurança continua. "O ambiente está mais calmo, mas não temos certeza de que eles realmente saíram da cidade. Recentemente, um deles foi visto no bairro, completamente coberto. Não sabemos o que ele estava procurando", relatou ontem.

Os residentes pedem a intervenção das autoridades para garantir a segurança da comunidade e evitar que o grupo retorne. “Fomos nós, moradores, que os expulsamos. Ainda corremos o risco de que voltem a qualquer momento”, alertou Mariamo.
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