Daniel Chapo Compara Naparamas e Protestos Populares ao Terrorismo em Cabo Delgado

O Presidente Daniel Chapo declarou nesta quarta-feira, em Maputo, que os ataques terroristas em Cabo Delgado, a atuação das milícias Naparamas na Zambézia e os protestos populares violentos representam as principais ameaças à segurança nacional, comprometendo a estabilidade social do país.

Daniel Chapo Compara Naparamas e Protestos Populares ao Terrorismo em Cabo Delgado

Durante a cerimônia de posse do novo vice-comandante da Polícia da República de Moçambique, Aquilasse Kapangula, Chapo enfatizou que a resolução desses desafios cabe às forças de segurança. “Temos confiança na experiência do novo vice-comandante, principalmente no combate a grupos armados que recorrem à violência para impor as suas posições”, afirmou.

O discurso do Presidente reforçou a visão de que essas questões são, antes de tudo, problemas de segurança, minimizando o seu caráter social e político. Ele criticou os protestos pós-eleitorais liderados pelo opositor Venâncio Mondlane, associando-os a ameaças contra comerciantes e a tentativas de forçar a redução dos preços de bens essenciais.

Em relação à Zambézia, Chapo abordou a reemergência dos Naparamas, uma milícia local que tem atacado forças policiais e edifícios governamentais sob a justificativa de defender as comunidades da repressão policial. Pela primeira vez, ele reconheceu publicamente a escalada da violência na província, atribuindo os ataques a grupos organizados que comprometem a segurança dos cidadãos.

“A atuação dos Naparamas e de outros grupos armados na Zambézia não só intimida a população como também afeta a livre circulação de pessoas e bens”, declarou Chapo.

Historicamente, os Naparamas eram aliados das forças governamentais durante a guerra civil, acreditando que sua proteção contra balas vinha de rituais mágicos. No atual contexto, no entanto, eles se opõem ao Governo, vendo a polícia como uma ameaça às comunidades locais.

A abordagem estritamente securitária adotada pelo Presidente pode indicar que o Governo pretende enfrentar os protestos e a insurgência de forma militarizada, como tem feito em Cabo Delgado. O conflito naquela província já dura oito anos, com recrutamento de crianças e jovens por grupos extremistas, situação que Chapo reiterou ser um problema que cabe à Polícia conter.

Apesar dos esforços das forças de defesa nacionais e internacionais, os ataques em Cabo Delgado continuam frequentes. O conflito já causou mais de cinco mil mortes e deslocou mais de um milhão de pessoas, segundo dados das Nações Unidas e da organização ACLED, que monitora a violência na região.
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