Em entrevista à STV, o diretor provincial de Infraestruturas de Manica, Silva Manuel, afirmou que os próprios mineiros presenciaram o acidente e compreenderam os riscos da atividade ilegal. “Já havíamos alertado para os perigos dessa exploração sem condições de segurança. Agora, infelizmente, testemunharam as consequências”, disse Manuel.
As autoridades acreditam que outros desabamentos de minas tenham ocorrido na região, mas muitos incidentes não são reportados. Quanto à mina de Gondola, avalia-se a possibilidade de reabertura, desde que os trabalhadores se organizem em associações formais.
A mina, com mais de 20 metros de profundidade, era explorada por centenas de garimpeiros que alegam não ter outra alternativa para sustentar suas famílias. O colapso de minas artesanais é frequente na província de Manica, onde a pobreza obriga muitos a trabalharem sob condições de alto risco.
O acidente de janeiro foi o primeiro registado em 2025, mas, em 2024, pelo menos 25 garimpeiros perderam a vida em circunstâncias semelhantes. No entanto, as autoridades acreditam que o número real de vítimas seja ainda maior.
Moçambique possui vastos recursos minerais, incluindo ouro e pedras preciosas, mas a exploração informal impede que o Estado arrecade receitas significativas. O Ministério de Recursos Minerais e Energia estima que a mineração ilegal resulte numa perda anual de aproximadamente 60 milhões de dólares para os cofres públicos.