Moçambique admite necessidade de reformas para enfrentar desafios sociais e económicos

O governo moçambicano reconhece a urgência de implementar reformas para responder às crescentes pressões sociais e melhorar a qualidade de vida da população. Durante a sua posse, o novo coordenador executivo do Gabinete de Coordenação de Reformas e Projetos Estratégicos, João Machatine, destacou que a insatisfação popular é evidente e exige mudanças concretas.

Moçambique admite necessidade de reformas para enfrentar desafios sociais e económicos

“As manifestações demonstram claramente que precisamos de nos ajustar às novas realidades sociais e económicas. A implementação de reformas é essencial para garantir que os cidadãos possam viver com dignidade”, afirmou Machatine.

O gabinete que agora lidera terá um papel estratégico na assessoria ao Presidente da República, Daniel Chapo, incluindo a renegociação de contratos em megaprojetos, visando alinhar a exploração de recursos naturais com o desenvolvimento sustentável do país. Machatine enfatizou que um dos principais objetivos é tornar Moçambique um destino atrativo para investimentos, promovendo a independência económica.

Além das grandes mudanças estruturais, o coordenador destacou que as reformas devem abranger aspetos do quotidiano, desde o pagamento de faturas de serviços básicos até a modernização dos processos administrativos, como a emissão de bilhetes de identidade. Segundo ele, o impacto das políticas públicas deve ser sentido diretamente pela população, especialmente os jovens das zonas rurais.

O Presidente Daniel Chapo reforçou a necessidade de transformar a economia moçambicana, afastando-a do modelo colonial de dependência da exportação de matérias-primas. Para ele, o gabinete recém-criado deve atuar como um motor de mudanças profundas, fomentando parcerias estratégicas para impulsionar o desenvolvimento.

Desde outubro, Moçambique tem sido palco de manifestações e paralisações, inicialmente lideradas pelo ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, que contesta os resultados das eleições de 9 de outubro. Os protestos, que continuam a ocorrer em menor escala, também refletem a insatisfação da população com o custo de vida e outros problemas sociais.

Os confrontos resultantes dessas mobilizações já deixaram um saldo trágico: segundo a plataforma Decide, pelo menos 327 pessoas perderam a vida, incluindo menores, e cerca de 750 foram baleadas. O governo, agora sob nova liderança, enfrenta o desafio de restaurar a estabilidade e responder às exigências populares com ações concretas.
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