Última Hora: Por que não questionar as dívidas ocultas e escândalos de corrupção

Ernesto Martinho critica inclusão de Azagaia em livro escolar"

Por que não questionar as dívidas ocultas e escândalos de corrupção

O apresentador moçambicano Ernesto Martinho, do programa "Casos do Dia" da TV Sucesso, expressou sua indignação em relação à inclusão de uma informação controversa no novo livro de Língua Portuguesa da 8ª Classe. O material didático sugere que o falecido rapper Azagaia (Edson da Luz) teria sido detido por tráfico de drogas, o que gerou grande revolta na sociedade moçambicana.

Durante sua participação no programa, Martinho fez duras críticas à escolha desse exemplo para fins pedagógicos e questionou por que outros escândalos de corrupção, de maior impacto para o país, não são abordados nos livros escolares.

"Por que buscar um exemplo tão irrelevante? Quantos roubos já aconteceram no nosso país? Quantos dirigentes foram acusados de corrupção e roubo de bens públicos? E esses casos, por que não aparecem nos livros escolares?", indagou o apresentador, visivelmente contrariado.

Martinho destacou que, enquanto figuras envolvidas em escândalos financeiros permanecem fora dos materiais educativos, o legado de Azagaia está sendo distorcido injustamente.

"Já vimos alguma menção nos livros sobre o escândalo da LAM? E os desvios nas empresas públicas? E os ministros presos por roubar dinheiro do povo? Por que esses casos não são tratados nos livros? Seriam essas pessoas mais importantes ou mais moçambicanas que Azagaia?", questionou o apresentador, ressaltando a injustiça social presente na escolha.

Ele também citou o jornalista Marcelo Mosse, que criticou a forma como o caso de Azagaia foi descrito no livro escolar. Mosse afirmou que o texto distorce a verdadeira contribuição do rapper para a sociedade moçambicana.

"O grande problema não é apenas a imagem distorcida de Azagaia, mas a manipulação do contexto para transformá-lo em criminoso, quando ele é, na verdade, um herói do povo moçambicano," afirmou Mosse, conforme citado por Martinho.

Martinho concluiu questionando os critérios de seleção dos exemplos pedagógicos: "Onde estão os nomes daqueles que roubaram milhões do povo? Por que não usar esses casos para ensinar as crianças sobre ética e cidadania, ao invés de manchar a imagem de alguém que lutou pelo povo?"
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