Em 1970, nos Estados Unidos, um dos casos mais chocantes e estudados de isolamento infantil e abuso extremo veio à tona com a descoberta de Genie Wiley. Desde muito pequena, Genie foi mantida em condições de privação social e física severas por seu próprio pai.
Ela nasceu em 1957 e, por volta dos 20 meses de idade, foi colocada em um quarto isolado, amarrada a um pinico ou berço com grades. Durante 13 anos, Genie viveu praticamente sem contato humano, proibida de falar, fazer sons ou interagir com qualquer pessoa.
Quando foi finalmente resgatada aos 13 anos, Genie apresentava atrasos profundos no desenvolvimento cognitivo e físico, incapaz de falar e com dificuldades motoras. Seu caso se tornou um marco nos estudos sobre desenvolvimento humano, linguagem e os efeitos devastadores do isolamento social precoce.
Pesquisadores, psicólogos e linguistas acompanharam sua recuperação e os desafios enfrentados, pois Genie mostrou algumas habilidades de aprendizado após o resgate, mas jamais recuperou totalmente a capacidade de comunicação plena, evidenciando a importância dos primeiros anos de vida para o desenvolvimento cerebral.
O caso de Genie Wiley permanece um exemplo emblemático do impacto do abuso e do isolamento infantil, sendo amplamente estudado em áreas como psicologia, linguística e neurociência.
